Porciúncula - RJ
PORCIÚNCULA - (antiga SANTO ANTONIO DO CARANGOLA)
Pedra Elefantina- Município de Porciúncula, RJ
Histórico
Durante o período colonial, o Brasil, ligado a Portugal, esteve dividido em capitanias hereditárias. O território que forma o atual Estado do Rio de Janeiro fez parte de três importantes capitanias - São Vicente, Cabo Frio e Paraíba do Sul; e o atual Município de Porciúncula integrava esta última que coube a Pêro Góis da Silveira.
Até início do século XIX, as terras que hoje compõem o Município de Porciúncula mantiveram-se fora das correntes colonizadoras, estando sua origem e evolução muito ligadas ao crescimento de Itaperuna. Seu desbravamento verificou-se entre os anos de 1821 e 1831, quando José Lanes (ou Lana) Dantas Brandão fixou-se na zona do Rio Carangola, nas proximidades da atual Cidade de Natividade, desencadeando um fluxo migratório para quase toda a área que constitui, hoje, a região Noroeste Fluminense.
O progresso econômico e social verificado nessas terras logo chamou a atenção de autoridades civis e eclesiásticas, pois a população que crescia a cada dia, começava a reclamar assistência material e religiosa. Assim, no ano de 1879, foi criada a freguesia de Santo Antônio do Carangola, ainda em terras do Município de Campos, das quais se separou em 1885, passando a fazer parte do então recém criado município de Itaperuna.
Em 1938, a freguesia teve seu nome mudado para Porciúncula, e, em 1947, foi criado o município do mesmo nome, desligando-se do território de Itaperuna.
Gentílico: porciunculense
Formação Administrativa
Freguesia criada com a denominação de Santo Antônio do Carangola, pela lei provincial nº 2396, de 26-11-1879, e por deliberação estadual de 31-10-1891 e por decretos estaduais nº 1, de 08-05-1892 e nº 1-A, de 03-06-1892.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, o distrito de Santo Antônio do Carangola figura no município de Itaperuna.
Pela lei estadual nº 2036, de 17-11-1926, o distrito de Santo Antônio do Carangola passou a denominar-se Santo Antônio de Porciúncula.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1933, o distrito já denominado Santo Antônio de Porciúncula permanece no município de Itaperuna.
Assim permanecendo em divisões territoriais datadas de 31-XII-1936 e 31-XII-1937.
Pelo decreto-lei estadual nº 392-A, de 31-03-1938, o distrito de Santo Antônio de Porciúncula passou a ser grafado Santo Antonio de Porciúncula.
Pelo decreto estadual nº 641, de 15-12-1938, o distrito de Santo Antônio de Porciúncula passou a denominar-se simplesmente Porciúncula.
No quadro fixado para vigorar no período de 1939-1943, o distrito de Porciúncula permanece no município de Itaperuna.
Elevado à categoria de município com a denominação de Porciúncula, por ato das disposições constitucionais transitórias deste estado, promulgado em 20-06-1947, desmembrado de Itaperuna. Sede no atual distrito de Porciúncula (ex-Santo Antônio de Porciúncula). Constituído de 3 distritos: Porciúncula, Purilândia (ex-Vista Alegre) e Santa Clara (ex- Santa Clara do Carangola), todos desmembrados de Itaperuna. Instalado em 22-08-1947.
Em divisão territorial datada de 1-VII-1950, o município é constituído de 3 distritos: Porciúncula, Purilândia e Santa Clara. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 1-VII-1960.
Em "Síntese" de 31-XII-1994, o município é constituído de 3 distritos: Porciúncula, Purilândia e Santa Clara.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2007.
Alterações toponímicas municipais
Santo Antônio do Carangola para Santo Antônio de Porciúncula alterada, lei estadual 2036, de 17-11-1926.
Estação ferroviária - uso atual: centro cultural sem trilhos
Data de construção do prédio atual: n/d
HISTORICO DA LINHA: A linha que ligava a estação de Recreio a Santa Luzia (Carangola) teve a sua concessão e construção a cargo da Companhia Alto Muriaé, estabelecida em 1880. Em 2/5/1883, a empresa foi incorporada pela E. F. Leopoldina. Uma alteração de traçado da linha original para Muriaé levou a Leopoldina a passar por uma pequena extensão dentro de território fluminense, onde estava Santo Antonio (Porciúncula), retornando para Minas, seguindo para Carangola, onde chegou em 1887. De 1911 a 1915, a Leopoldina prosseguiu a linha até Manhuaçu, seu ponto final. O trecho Manhuaçu-Carangola foi fechado em 23/07/1975. Porciúncula-Carangola foi fechado em 1977, e em 1979, fechou-se a linha entre Cisneiros e Porciúncula. O pequeno trecho Recreio-Cisneiros nunca foi oficialmente suprimido.
A ESTAÇÃO
A estação de Santo Antonio do Carangola foi inaugurada em 1886 pela E. F. Carangola. No mesmo ano, a E. F. Leopoldina, autorizada pelo Governo do Império, teve autorização para o tráfego de sua linha que passava por essa estação, ligando as estações de Antonio Prado e de Tombos, ambas em território mineiro, passando por dentro de curto trecho em terras fluminenses. Por causa disso, a Leopoldina não tinha autorização para ali embarcar ou desembarcar passageiros e cargas, sendo que apenas a E. F. Carangola, cuja linha começava realmente em Tombos e seguia no sentido de Itaperuna, na Província do Rio de Janeiro, tinha permissão para explorar. Em maio de 1890, a Cia. Barão de Araruama comprou a Cia. Carangola, mas no final desse mesmo ano, a Leopoldina incorporou esta nova empresa, e passou a ter autorização para utilizar a estação de Santo Antonio conforme lhe conviesse. Mais tarde, a estação teve o nome alterado para Porciúncula. Durante a revolução de outubro de 1930, tropas mineiras invadiram a cidade de Porciúncula, cuja população fugiu. A estação abrigou o quartel-general dos revoltosos, comandados pelo major Seroa da Motta. Em 17/11/1977, foi suprimido o trecho que ligava Porciúncula a Carangola. Os trens de passageiros que saíam, em 1976, de Retiro todos os dias às 6 da manhã e chegavam a Porciúncula às 10:47, Finalmente, em 22/01/1979, também foi suprimido o trecho entre Porciúncula e Cisneiros, fechando de vez a estação. O prédio serve hoje como centro cultural.
Coluna de Seroa da Motta, posando na estação, em outubro de 1930. Foto da Revista da Semana de 15/11/1930
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