A SOMBRA
Foto: Eleuzair Neves - Estátua do Jardim de meu prédio
Vens de longe, vens passo sobre passo,
Os meus passos na vida acompanhando,
Sempre o teu vulto esquálido arrastando
Por onde arrasto este meu corpo lasso.
Teus olhos, de um fulgor, soturno e baço,
Sempre fixos em mim, me estão fitando.
– Olhar de quem, talvez está chorando...
– Olhar de quem está morto de cansaço...
De que sombrio tumulo te ergueste,
Oh! Solitária sombra que vieste
Para seguir, na vida, a minha sorte?
És a minha consciência? És a verdade?
És a sombra, talvez, de uma saudade,
Ou és a sombra fantástica da morte?
És a sombra, talvez, de uma saudade,
Ou és a sombra fantástica da morte?
Carlos de Castro Brasil -. Jornalista e poeta corumbaense, nascido em 1892 é um dos bons poetas mato-grossenses.
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