ESTADO DE MATO GROSSO - CUIABÁ
HISTÓRICO
Sobre a origem do nome do Município, diz Carlos Drumond concordar com os jesuitas, quando admitem ser o topônimo oriundo do tupi. Segundo ele, Cuiabá derivar-se-ia de Icúia, espécie de flecha para pesca, feita de cana brava e pá, partícula locativa: lugar, pouso. Icuiapá designaria, por conseguinte, lugar onde se faz alguma coisa.
O profundo conhecimento da língua indígena dá ao Padre Albisetti, a certeza de ser este o significado de Cuiabá: lugar em que os bororós costumavam pescar com a icúia.
A fundação da cidade é uma conseqüência do arrojo dos bandeirantes paulistas que, empenhados a principio na captura de índios para os trabalhos da lavoura, e atraídos depois pelas minas de ouro e diamantes, vieram a desbravar os sertões brasileiros.
É incerto o nome do primeiro chefe bandeirante que visitou o Estado.
Consta, no entanto, ter sido o valente Manoel Corrêa, seguido de outros não menos ousados, como Antônio Pires de Campos e Pascoal Moreira Cabral.
Segundo José Barbosa de Sá, na Relação das Povoações de Cuiabá e Mato Grosso, foi Antônio Pires de Campos o primeiro a alcançar a chapada cuiabana.
Coube, porém, a Pascoal Moreira Cabral, imprimir novo rumo ao nomadismo bandeirante, quando, partindo de Araritaguaba, em 1716, teve conhecimento, através de Antônio Pires de Campos, da existência de aldeamentos de índios coxiponés.
Arribou até o afluente do Cuiabá, a que denominavam Coxipó, em cujo leito descobriu, por acaso, o ouro, em meio aos cascalhos. Repentinamente transformou-se o "modus
vivendi" dos bandeirantes, que não mais andariam exclusivamente à caça de silvícolas.
Mais tarde abandonaram o arraial, em que de início se estabeleceram, surgindo o da "Forquilha", com a sua primeira igreja, sob a invocação de Nossa Senhora da Penha de França. Celebrou a primeira missa o Padre Jerônimo Botelho. Nesse local, a 8 de abril de 1719, convocados os homens de bem, lavrou-se o termo de fundação do arraial, sendo Pascoal Moreira Cabral nomeado guarda-mor regente. Seguiu, na ocasião, para São Paulo, o Capitão Antônio Antunes Maciel, incumbido de levar as amostras do ouro encontrado ao Governador da Capitania, D. Pedro de Almeida Portugal.
A brandura com que se houve o capitão-mor das minas, na arrecadação dos dízimos devidos à Coroa Portuguesa, motivou sua substituição pelo antigo Capitão-mor de Sorocaba, Fernando Dias Falcão.
A mudança de Cuiabá para o sítio atual se deve ao sorocabano Miguel Sutil de Oliveira, João Francisco Barbado e seus companheiros, que chegaram até à embocadura do córrego "Prainha" onde, guiados pelos aborígines, encontraram maior abundância do precioso metal. Estabeleceram-se nas fraldas da elevação de Nossa Senhora do Rosário, na "lavra do Sutil", hoje Cuiabá, atraindo os moradores da antiga povoação.
O afluxo de gente a esse novo Eldorado foi extraordinário e, apesar das dificuldades de comunicações, espantoso o seu desenvolvimento. Tanto que, em 1.° de janeiro de 1726, o Capitão-General de São Paulo, Rodrigo Cesar de Menezes, mandou erigir em vila o povoado, sob a invocação de Nosso Senhor Bom Jesus de Cuiabá.
Difícil se tornava à Capitania de São Paulo a administração dos distritos de Cuiabá e Mato Grosso, que foram por fim desanexados, por Alvará de 9 de maio de 1748, por força do qual se criava a Capitania de Mato Grosso e Cuiabá. Foi seu primeiro governador D.Antônio Rolim de Moura Tavares, que ali aportou em 1751, com a recomendação de transferir para Mato Grosso a sede do governo. Mais tarde, em 19 de março de 1752, foi erigida em capital a recém-fundada Vila Bela da Santíssima
Trindade.
Dada a sua posição geográfica central, Cuiabá conservou sua hegemonia, apesar de destituída dos foros de capital. Elevada à categoria de cidade, em 17 de setembro de 1818, passou a Capital em 1825, porém, só em 19 de agôsto de 1835 foi confirmada a predominância política que historicamente lhe cabia. A sobrevivência de Cuiabá é verdadeiro milagre de resistência e combatividade do seu povo contra todos os fatores adversos que a empolgaram, até o advento da sua atual transformação em metrópole progressista.
Sua evolução sócio-econômica foi tolhida durante mais de um século por agitações internas e dificuldades de toda a espécie, das quais a menor era a distância que a separava da capital do País. O problema de comunicação só foi solucionado em 1857, com a chegada do primeiro navio a vapor, sob o comando de Antônio Cláudio Soído.
Gentílico:Cuiabano ou (papa peixe)
FORMAÇÃO ADMINISTRATIVA
O distrito foi criado por Provisão régia de 1722. O Município em 1726, com a denominação de Vila Real do Senhor Bom Jesus de Cuiabá, verificando-se a instalação em 1.° de janeiro do ano seguinte.
A sede municipal recebeu foros de cidade por Carta de Lei de 17 de setembro de 1818. Foi declarada Capital da Província de Mato Grosso por Alvará de 1820 e pela Lei provisional n.° 19, de 28 de agosto de 1835.
Em 1911, 6 distritos integravam o Município: Sé, São Gonçalo, Chapada, Várzea Grande, Guia e Brotas. Na divisão administrativa de 1933 aparecem os mesmos distritos e mais os de Aldeia, Coronel Ponce, Passagem da Conceição e Rondonópolis.
Em 1936/37, compunha-se dos distritos de Cuiabá, São Gonçalo, Várzea Grande, Aldeia, Brotas, Chapada dos Guiamrães, Coronel Ponce, Guia, Passagem da Conceição,
Rondonópolis, Coxipó da Ponte e Poxoréo (ex-Poxoreu), aos quais se acrescentou, em
1937, o de Serra da Jibóia.
A sede municipal recebeu foros de cidade por Carta de Lei de 17 de setembro de 1818. Foi declarada Capital da Província de Mato Grosso por Alvará de 1820 e pela Lei provisional n.° 19, de 28 de agosto de 1835.
Em 1911, 6 distritos integravam o Município: Sé, São Gonçalo, Chapada, Várzea Grande, Guia e Brotas. Na divisão administrativa de 1933 aparecem os mesmos distritos e mais os de Aldeia, Coronel Ponce, Passagem da Conceição e Rondonópolis.
Em 1936/37, compunha-se dos distritos de Cuiabá, São Gonçalo, Várzea Grande, Aldeia, Brotas, Chapada dos Guiamrães, Coronel Ponce, Guia, Passagem da Conceição,
Rondonópolis, Coxipó da Ponte e Poxoréo (ex-Poxoreu), aos quais se acrescentou, em
1937, o de Serra da Jibóia.
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