Igreja de Sant'Ana - Chapada dos Guimarães - MT

Historia de Chapada


Em 1727, segundo o capitão João Antônio Cabral Camelo,  ja existia o primeiro engenho da região de Cuiabá localizado na região de Chapada, que até então era conhecida com Serra Acima, Chapada Cuiabana, Santana de Chapada e que servia como espaço de descanso para os moradores de Cuiabá.
Os bandeirantes e garimpeiros foram os primeiros a chegar a Chapada a procura de ouro e de diamantes.
Em 1749, vindo de São Paulo por Minas Gerais e Goiás, chega ao Arraial de Chapada, pregando uma missão de três dias, o missionário itinerante e padre franciscano frei Antônio do Extremo, dirigindo-se em seguida a Cuiabá.
Em 1750 foi chamada a localidade de Sant’ Ana da Chapada à pequena comunidade  e que passa a ser administrada pelo padre jesuíta Estevão de Castro. 
Em 1769 Chapada de Cuiabá foi chamada de Chapada dos Guimarães que vigora até hoje.
Chapada dos Guimarães permaneceu como distrito de Cuiabá até 1953 quando foi elevada à categoria de município. 

Em 1751, chegou a Cuiabá o primeiro Governador da Capitania Dom Antônio Rolim de Moura, os Padres Jesuítas Estevão de Castro e Agostinho Lourenço, com a tarefa de cuidar da evangelização dos índios. O Pe. Agostinho foi mandado para a missão da São José no Guaporé e o Pe. Estevão fundou na Chapada dos Guimarães, sob a tutela de Santa Ana, uma aldeia “unindo os índios mansos, e já dispersos pelos moradores”. O local desta aldeia, denominada “Aldeia Velha” (atualmente é um bairro de Chapada) distava da atual cerca de meia légua (2,4 km). Lá erigiram uma capela coberta de palha na qual armaram um altar em que colocaram as imagens de Santa Ana com a Virgem no meio e nos lados, Santo Inácio de Loiola e São Francisco Xavier. Mas a missão teve uma existência de pouca duração. O padre Castro permaneceu dirigindo a missão da Chapada dos Guimarães até 1759, quando foi obrigado a retirar-se por ordem da Corte que determinava a expulsão dos jesuítas. As aldeias foram elevadas a paróquias e, assim, a igreja de Sant'Ana passou a ter prerrogativas de matriz.

Em 1778, o juiz de fora de Cuiabá, Dr. José Carlos Pereira, visitou a "palhoça" que ficava na Aldeia Velha, em que se celebravam as missas e que servia de matriz. E, "movido de fervoroso desejo", concebeu o plano de construir uma grande igreja. 

Planta original da igreja
Fonte: http://chapadadosguimaraes.tur.br



Depois de muitas dificuldades financeiras e de mão-de-obra especializada, finalmente, no dia do Santo Inácio de Loyola, 31 de julho de 1779 (quase 20 anos depois de expulsão dos jesuitas), pela manhã, a igreja foi benta com toda a solenidade do ritual e rezada a 1ª missa, pelo vigário da vara, José Correia Leitão. À tarde houve procissão que trouxe para a nova igreja as três imagens da antiga capela - Santana, Santo Inácio de Loyola e São Francisco Xavier e foram colocadas no altar-mor construído.
No dia seguinte, 01 de agosto, realizou-se a festa de Santa Ana e a cerimônia da igreja à padroeira. Ficaram expostos de cada lado do arco da capela-mor os retratos dos soberanos reinantes, D. Maria e Dom Pedro I, que a câmara municipal de Cuiabá havia encomendado para colocar na sala das sessões.
O Dr. José Carlos mandou vir depois do Rio de Janeiro uma nova imagem de Sant’ Ana com cinco palmos de alto, tendo a Virgem do lado esquerdo e na mão direita uma custódia de prata dourada para expor o Santíssimo, "cuja colocação até aquele dia não havia e foi um dos principais móveis de sua devoção." Foi esse o motivo da denominação de Santa Ana do Sacramento, dada à igreja.
Foto Eleuzair C.Neves
Foto: Eleuzair C. Neves

Foto Eleuzair Cunha Neves
Foto Eleuzair C. Neves
Foto da igreja , que fica na praça Dom Wunibaldo - Chapada dos Guimarães.


Eleuzair Cunha Neves
Foto Eleuzair C. Neves
Foto laterais


 Lâmpada de prata
Foto Eleuzair C. Neves


Visão do Altar
Foto Eleuzair C. Neves

As imagens de São Miguel Arcanjo e de São José de botas, colocadas nos dois pequenos altares que ladeiam o arco do Cruzeiro. Há três belas lâmpadas de prata, uma diante de cada altar, e um conjunto de prata de coroa, cetro e salva das festas do Divino Espírito Santo.

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Foto: Chapada.tur
Foto: Chapada.tur


























Grande parte da barra de azulejos portugueses do século XVIII que contornava internamente toda a igreja conserva-se. Causa admiração ter sido importado, em época remota, através dos longos e trabalhosos caminhos do sertão, material tão quebradiço e difícil de transporte.

A igreja de Santana, como é chamada hoje, foi a primeira a ser tombada como patrimônio histórico em Mato Grosso, em 1957. Após o tombamento as intervenções na igreja de Santana do Sacramento passaram a ser controladas e executadas pelo Iphan. Três grandes obras de restauração foram realizadas no templo: uma em 1977, outra entre 1994 a 1996 e a mais recente em 2008. Em 2009 a igreja passou por uma pequena restauração.


*Festa de Santana: 24 a 26/7;
*Missa: aos sábados, 19h; aos domingos, 08h e 19h;



Fonte: livro de João Eloy de Souza Neves, "Chapada dos Guimarães, da descoberta aos dias atuais" - 1979



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