É agora, Brasil?
Estou segura de que não é a primeira vez que ligo a
TV ou abro um jornal ou revista para deparar-me com um escândalo no meio
político. Em minhas conversas entre amigos e familiares sempre usei a palavra Vergonha,
e todos os seus derivados, demasiadas vezes, mas não é culpa minha. Não há
vocabulário capaz de suportar a atualidade, sobretudo para quem nasceu e segue
vivendo nos quatro cantos do imenso Brasil.
Aqui, já é de conhecimento popular, que sempre respirávamos
a atmosfera pútrida dos políticos no Brasil e, que nossos pés sapateiam no
lamaçal pestilento do pior da corrupção, mas nossa capacidade de assombro não
se esgota.
Não vou criticar a liberdade de escolhas de nós
brasileiros, na hora da urna porque meus conhecimentos não me permitem fazê-la,
mas sim quero deixar marcado meu profundo repúdio diante dos Sucessivos Escândalos
que assolam o país – outras palavras que me forçam a escrevê-las, e que já perderam
suas semânticas – a julgar pelas declarações e justificativas que esses políticos
dão a sociedade.
As imagens e discursos que vemos diariamente nos
telejornais mostram um repertório dantesco, superando as potências da minha
imaginação.
Antes ouvíamos falar de propina da “Casa da Dinda”;
depois “mensalão”, daí veio à bomba “lava-jato” – e com ela veio junto sitio, tríplex,
propinas em “milhões de dólares”, diga-se de passagem; pagamento de mensalidade,
uma bagatela de quinhentos mil reais, tudo isso custeadas por empresas
brasileiras, que até então, se presumia, inspiravam confiança, para fechar o
circulo do indecoroso.
Confesso que já são sei o que é pior, se são os
delitos, as propinas, as decisões do tribunal ou as maracutaias implementadas
por aqueles que estão no poder, mas lhes asseguro que falo sério ao afirmar que
o tom especulativo do Congresso, calculadamente trivial, de propagandistas dos
partidos políticos, me sufoca mais que a onda de calor provocada pelas
queimadas em Portugal. A este passo, chegará o frio e seguirá sendo impossível respirar
no Brasil.
Eleuzair Cunha Neves
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