Barrichello, o eterno escudeiro



Segundo ano consecutivo, o Grande Prêmio do Brasil reduziu-me até as lágrimas.
Ontem logo após a pole-position de Rubinho fiquei tentada pela expectativa e ansiedade, assim como todos os brasileiros apaixonados por esportes, afinal Barrichello tinha a chance de vencer a corrida e levar a disputa do campeonato para a última corrida do ano em Abu Dabi.
Quem, do mais incrédulo poderia sequer imaginar que logo no inicio da corrida Button fosse pular do 14º lugar para o 9º lugar e que depois da primeira parada de Rubinho o carro dele não renderia o que vinha rendendo?
A historia desse piloto brilhante, porém sem sorte, que parece condenado aos vice-campeonatos. Agora já compõe em seu currículo o Tri-vice campeonatos: (2002, 2004 e 2009).
Primeiro diziam que Rubinho não tinha um carro competitivel e por isso não poderia ter um rendimento satisfatório.
Dai foi parar na Ferrari e realmente acreditavámos que a lacuna deixada por Airton Senna seria logo apaziguada pelas inúmeras vitória de Barrichello. Mas não foi assim! Seu companheiro de equipe sempre se mostrou superior nas pistas e quando não o foi, Rubinho fez seu papel de escudeiro fidedigno, literalmente.
Pensei que agora na Brawn ele fosse se impor, mostrar com é um piloto brilhante: nos acertos dos carros, dirigir na chuva, em suas mirabolantes manobras de ultrapassagens, etc. Mas, parece-me que ficou aquele ranço impregnado de servidão, de ser sempre o outro, de competir apenas por competir. Foi assim com Schumacher na Ferrari, e volta a ocorrer agora na Brawn, com Jenson Button.
Desnecessário ressaltar as qualidades do espetacular alemão, ícone na F-1. Absolutamente aceitáveis, portanto, os dois vice-campeonatos de Rubinho com o carro vermelho em 2002 e 2004, mas Button é apenas mais um piloto que deu a sorte porque tinha um carro com Kers que fez a diferença nas sete primeiras corridas.
Parece que Interlagos realmente é a pista do pesadelo de Barrichello.
Agora já somam 17 corridas, ele não venceu nenhuma vez. Para piorar a situação deixou de completar 11 vezes a prova - nove delas seguidas.
O pódio ter o ar de sua graça apenas uma vez. Um terceiro lugar em 2004.
É com esse retrospecto o GP do Brasil de 2009, que começou com toda expectativa dos torcedores brasileiros depois que Rubinho angariou, com méritos a pole-position.
Largando na pole-position depois de ter enfrentado a chuva torrencial que desabou em Interlagos ontem assumiu a liderança da prova, mas lá atrás foi uma tremenda confusão. Voava carros pra todo lado e o que não poderia acontecer, aconteceu. Button se aproximou, aproximou e levou.
Oitavo neste domingo no Grande Prêmio do Brasil após largar da pole-position, Rubinho consegue o tri-vice campeonato.

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