Educação para o Trânsito



O alerta costuma ser feito até mesmo para quem apenas pensa em tirar a carteira de habilitação para moto, mesmo que ainda sem muita convicção. Há dois tipos de motociclistas: os que já caíram e os que vão cair. E na maior parte dos casos, a queda é, na realidade, um acidente de trânsito, como o “leve esbarrão” de um carro, por exemplo. Ao lado dos ciclistas, os motoqueiros são o personagem mais frágil do trânsito, envolvendo-se mais em acidentes. A proporção entre a frota e o número de ocorrências em Curitiba confirma a afirmação: 12 motos a cada mil sofrem acidente. Entre os carros, a proporção é de 5 a cada mil.
Os resultados que podem ser comemorados, pois a frota curitibana cresce em ritmo frenético. Em maio do ano passado, a capital tinha 1,06 milhão de veículos, sendo 766 mil carros e 112 mil motos (fora ônibus, caminhões e utilitários). Este ano, o total saltou para cerca de 1,1 milhão – quase 800 mil carros e 122 mil motos – um crescimento de quase 5% em 12 meses. E as motocicletas puxaram a fila, com aumento de 9%. Mais do que o dobro dos carros, que subiram 4%. De acordo com o Batalhão de Polícia de Trânsito (BPTran), a queda de acidentes, mesmo com o aumento da frota, é consequência do aumento da fiscalização e da realização de campanhas educativas em escolas e empresas.
A Coordenadora de Educação para o Trânsito do Detran-PR, Maria Helena Gusso Mattos afirma que, apesar da melhora, a fragilidade do veículo determina o alto índice de óbitos dos motociclistas. “Não existe uma proteção na moto. Por isso, os acidentes são mais graves, porque o condutor está multo vulnerável, mesmo em batidas leves”, diz. Maria Helena aponta a falta de respeito às normas de trânsito como principal causa das ocorrências. “É preciso haver divisão de espaços prudente e respeitosa. Não se pode esquecer que no trânsito existem outros seres humanos, também com necessidades e pressa”, afirma.
Mori não avalia, porém, os motoqueiros apenas como vítimas. “Muitas vezes, a pessoa não tem o conhecimento necessário ou falta educação no trânsito. Por isso, coloca-se em situações de risco”, opina. Para evitar acidentes, o Sintramotos realiza a campanha “Olho no Trânsito”, tratando das responsabilidades dos habitantes desse espaço de convivência. “Apesar do trânsito de Curitiba estar pesado e mal resolvido, todos nós vivemos ele e é preciso haver um melhor conhecimento”, diz. A orientação deve ser feita para todos os tipos de condutores

Moto na rua, perigo dobrado

Apenas três lombadas registram motoqueiros das 25 lombadas eletrônicas em operação em Curitiba, só três conseguem registrar infrações de motocicletas. Nos outros 22 equipamentos, a fotografia para possível aplicação da multa é tirada da frente do veículo e, como as motos não têm placa dianteira, não são flagradas quando excedem o limite de velocidade.
Contudo, os motociclistas não passam incólumes nos atuais 110 radares. Qualquer veículo que exceda o limite de velocidade da via é registrado seja carro, moto ou caminhão. Caso haja validação dos agentes de trânsito, o condutor é multado posteriormente. Grande parte dos radares tem um contador de veículos, usado para um estudo mais aprofundado do trânsito em Curitiba.
Com esses contadores é possível vislumbrar aumento ou diminuição do fluxo de veículos na cidade”, explica Rosângela Battistella, diretora de trânsito da Urbs. “O fato de alguns radares não apresentarem esse contador não significa que os veículos infratores não serão multados.”
Imagens de radares e lombadas cedidas pela Urbs à Gazeta do Povo mostram o excesso cometido por alguns motociclistas. É comum observá-los tentando omitir parte ou a totalidade da placa para evitar o registro de multa. A atitude é ainda mais normal quando há, na moto, a figura do carona, que pode esconder a sinalização com as mãos. Alguns deles sabem que determinada lombada eletrônica tem apenas a câmera frontal e passam realizando manobras perigosas, como tirar as mãos e os pés do veículo. “É muito comum esse tipo de atitude por parte dos motociclistas”, critica Rosângela.
No ano passado, 22.269 motociclistas foram multados em Curitiba. Desse total, 36% das infrações (8.221) se devem ao excesso de velocidade nas vias.





Fonte : Gazeta do Povo.

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