Organização Cerebral – Percepção Visual

Cada zona cerebral desempenha um papel particular na atividade perceptiva dando a sua contribuição própria para a formação do processo de percepção.
A percepção visual humana inicia-se no momento em que a excitação proveniente da retina atinge o córtex visual primário. Estes impulsos são divididos em um número muito grande de componentes. Lesões nas zonas primárias do córtex visual nunca envolvem somente os neurônios de forma isolada, mas se estendem por curta área. Os distúrbios de percepção visual, nestes casos, são de caráter elementar somatópico e se manifestam ou como hemianopsia homônima (cegueira na metade direita ou esquerda dos campos visuais.), ou como hemianopsia de quadrante (alterações nos quadrante do campo visual). Uma característica desses distúrbios é que esses defeitos elementares podem ser compensados por movimento dos olhos, e o indivíduo continua apto a trabalhar.
A zona secundária do córtex visual é o principal sistema responsável pela formação de sínteses móveis de elementos percebidos visualmente.
Os componentes individuais de organização cerebral superior da percepção visual são de especial interesse e fazem justa consideração à parte. Geralmente a percepção visual tem a sua própria organização cerebral espacial e, somente nos casos mais simples, esta organização é de natureza elementar.
Porém a organização espacial não é uma função do próprio córtex occipital e as participações das zonas parietais inferiores do cérebro são imprescindíveis à sua ocorrência.
A percepção é um processo ático (
recesso epitimpânico [ECN1] que contém a cabeça do martelo[1]) que inclui a busca dos elementos mais importantes da informação. Quanto mais complexo o objeto a ser percebido, e quanto menos familiar, mais detalhada será essa atividade perceptiva.
Enfim, o processo da percepção visual é na verdade um sistema funcional complexo, e que cada uma dessas zonas da a sua contribuição própria para a estrutura da percepção ativa.
Existem itens que devem ser ressaltados com respeito à percepção. Ela depende da cultura em que o indivíduo está inserido, visto que o que para mim tem um sentido quando percebo (ex. Luz fluorescente) para o índio que nunca a viu, terá outro sentido na sua percepção. Outro elemento é o do interesse que cada um tem, devido suas escolhas e preferências, eu posso gostar de música latina (salsa, rumba, merengue), já a vizinha vinda da parte oriental do mundo, gosta de músicas folclóricas de seu país, ou ainda, posso gostar de samba e minha comadre abominar. A questão também da novidade, visto que as coisas que percebemos diariamente não nos chamam atenção ou não percebemos com tanta ênfase como aquelas que não estamos acostumados a ver, cenas do cotidiano, que passam a ser percebidas se houver um evento novo. Há pessoas que são denominadas de alto nível de percepção, e que “estão sempre ligadas”, mas são exceções.
Conclui-se deste pequeno estudo, que a percepção corresponde a um processo que envolve três unidades funcionais, permeando o indivíduo como um todo. Está intimamente ligada a participação direta da linguagem, ou seja, se encontra em conexão direta com o social, com as relações interpessoais e ininterruptas que o indivíduo trata com o meio (homens, objetos), sendo influenciado através dessas mediações ou pela ausência delas.
(A percepção é apenas didaticamente vista em separado, pois pertence ao processo do ser humano para o homem e, (assim sendo conecta de forma estreita com os demais processos do homem) atenção, fala, tato, etc.).

Nota:
[1] Martelo: trata-se do maior ossículo, dirigindo-se lateral e anteriormente. Sua extremidade superior (cabeça) ocupa o recesso epitimpânico, e apresenta póstero-medialmente uma superfície articular para o corpo da bigorna. O martelo é sustentado pelos ligamentos maleolares anterior, lateral e superior.
O superior desce do teto do recesso epitimpânico até sua cabeça, o anterior se estende da espinha angular do esfenóide através da fissura petrotimpânica ao processo longo do martelo. O lateral conecta as margens do anel timpânico com o colo do martelo.
[ECN1]- Que comunica o antro com a caixa timpânica.

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