Biodiesel

No que tange ao biodiesel, apenas recentemente esse bicombustível entrou na agenda do governo brasileiro. Apesar da primeira patente do biodiesel no mundo ter sido registrada em 1980, por um professor da Universidade Federal do Ceará, somente dezembro de 2004 é que foi lançado, oficialmente, pelo nosso governo o Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel.
A introdução do biodiesel na matriz energética brasileira foi estabelecida pela Lei 11.097 de janeiro de 2005, que determina a adição voluntaria de 2% de biodiesel ao óleo diesel comercializado ao consumidor final até 2007; já a partir de deste ano, essa adição de 2% passou a ser obrigatória. A mistura de 5% de biodiesel ao óleo diesel será voluntaria no período de 2008 a 2012, passando a ser compulsória a partir de 20013.
O uso do biodiesel traz uma série de beneficio associados a redução dos gases de efeito estufa, e de outros poluentes atmosféricos, tais como o enxofre, além da redução do consumo de combustíveis fósseis.
Porém, no processo de fabricação, uma série de resíduos e subprodutos industriais é gerada, os quais podem, quando adequadamente geridos, contribuir para a viabilidade econômica de produção de biodiesel.
Esses resíduos de natureza líquida e sólida possuem potencial para uso na indústria de alimentos e para nutrição animal, bem como na indústria químico-farmacêutica, mas há uma grande carência de estudos de analises de viabilidade técnica e financeira, que possam apontar as melhores alternativas de custo-benefício para o processamento e tratamento desses resíduos, os quais podem agregar valor e reduzir os custos de produção de biodiesel, como o aproveitamento e venda destes produtos e seus derivados.
Pode ser utilizados em motores diesel sem a necessidade de qualquer tipo de adaptação (caso o biodiesel esteja de acordo com as normas de qualidade da Agencia Nacional do Petróleo - ANP), sem perda de desempenho e contribui para o aumento da vida útil do motor (pelo simples fato de ser um lubrificante melhor que o diesel de petróleo). Por ser originado de matérias-primas renováveis – basicamente álcool e óleo vegetal ou gordura animal, e possuir queima limpa, a combustão do biodiesel gera menos poluentes do que a combustão do diesel de petróleo. Quimicamente, podemos dizer que se trata de uma composição de ésteres etílicos ou metílicos de ácidos graxos de cadeia longa.
Por ser extremamente miscível, mesmo não contendo petróleo, pode ser misturado ao diesel convencional em qualquer proporção, sem que isso gere qualquer tipo de prejuízo ou perda de desempenho ao motor. Convencionou-se mundialmente uma nomenclatura para identificar a proporção da mistura de biodiesel ao diesel de petróleo. Para uma mistura de:
2% de biodiesel e 98% de diesel = B2;
5% de biodiesel e 95% de diesel = B5;... E assim por diante. Quando se tem apenas biodiesel, atribui-se o nome de B100. As misturas entre 2% e 20% são as mais utilizadas no mercado mundial.

O processo mais comum da produção de biodiesel se faz através da reação de óleo vegetal ou gordura animal com um álcool (aqui, no Brasil, prefere-se o etanol; já na Europa, a preferência recai sobre o metanol), recai essa incentivada pela presença de um catalisador (que pode ser um ácido, uma base ou uma enzima). Como produtos dessa reação têm-se biodiesel e glicerina. Esse processo é conhecido na industria por transesterificação. Ele pode ser feito com o óleo de diversas oleaginosas, como por exemplo, a soja, o pinhão-manso, o amendoim, o nabo forrageiro, o milho, o girassol e a canola.
É importante ressaltar que apenas o óleo puro das oleaginosas não pode ser considerado como biodiesel, mesmo que misturado ao diesel de petróleo. Este é um engano bastante comum. A mesmo coisa ocorre com a mistura de álcool anidro com o diesel convencional, não podendo ser considerado o resultado dessa mistura como biodiesel.

O que são os Bicombustíveis - são fontes de energias renováveis, derivadas de produtos agrícolas como a cana-de-açúcar, plantas oleaginosas, biomassa florestal e outras fontes de matéria orgânica. Em alguns casos, os bicombustíveis podem ser usados tanto isoladamente, como adicionado aos combustíveis convencional. Como por exemplos o biodiesel, o metanol, o etanol, o metano e o carvão vegetal.

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