A ARTE PELA ARTE







Dize-me, humano ser, se não crepita
No tardo coração que tens no peito,
O acre-doce pungir, já rarefeito,
Que nos sacode, às vezes, quando grita














A lembrança das cousas – quer desfeito
O próprio vendaval que a flor agita
Nas vozes do trovão; a cor da fita
Langurosa que prende ebúrneo leito,

















Ou o perfume sutil, agonizando,
Como se houvesse, triste, regressando
De uma noite de mundos constelados...












Qual mísero mortal, que inda vivendo,
Não tenha à porta da cabana, ardendo,
A pira de seus sonhos evolados!...










Fonte: Imagens - Levi Van Veluw

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