GLOSSÁRIO LINGUAJAR CUIABANO

A
Arrumado: Postiço - "Ele tem um dente arrumado"
Assuntar: Ver
Agora, de quê!: Ora, que é isto?
Agora, de que será?: Não pode ser!
Agora!: Mas
An si: Assim
C
Comer água: Embriagar-se
Cepo: Grande, crescido
Camarinha: Quarto de Dormir
Curtido: Sem vergonha, sabido, esperto
Cordeiro: Pessoa que gosta de contar vantagem, ser metida - "Só porque ganhou uma bicicleta vai ficar todo cordeiro."
Cortar: coalhar - "O leite cortou, viu"
Chinchar: puxar - "Sossega creança, larga de chinchar meu cabelo!"
Chuçar: Furar, espetar
Cururu: Dança típica da região
D
De chapa e cruz: autentico - "Sou cuiabano de chapa e cruz!"
Dona menina: refere-se a pessoa com quem se fala
Demás de...: Substantivo e/ou adjetivo formando o aumentativo e o superlativo respectivamente.
Demás de povo: Muita gente
Demás de quente: Muito quente
Disparabe!: Muito, demais
Digoreste: Muito bom
De um tudo: de tudo - "Já fiz um de tudo, chia lá!"
Derradeiro: Caçula
Duro: Forte - "Desceu o rio piloteando duro.", "Bate duro senão a porta abre."
E
É ah!: Expressão usada com muita freqüência.
Esse um...: Esse. É muito usado também.
É bem ai, assim: É logo ali, é perto
F
Festar: Festejar - "Antigamente nóis festava dia e noite no São João"
Francisquito: Biscoito feito com farinha de trigo, ovos, banana e leite. Modela-se com as mãos enrolandu-o. Antes, usava-se folha de bananeira como tabuleiro. Corta-se com tesoura até que se separá-lo de um lado e doutro. Leva-se para assar.
Furrundu: Doce feito de mamão verde, lavado em saco de pano para escorrer o leite, cozido com rapadura e cravo.
Fortidão: Fortaleza, força
G
Gurizada: Meninada
I
Incutido: Empenhado, disposto, "coisa que não sai da cabeça"
Imitança: Imitação
L
Larga disso!: Deixa disso!
Lutar com: Trabalhar - "Eu luto com o gado, mas já lutei com a lavoura"
M
Mochirum: Mutirão
Maria-Isabel: Nome dado a um prato típico de arroz com carne charqueada picadaMunjica: Muqueca
Mocho: banco pequeno, sem encoste
Moage: Enrrolação.
N
Nem...não: Não - "Nem num sei disso"
O
Os pessoais: As pessoas, os outros
O moço: Denominação dada a pessoa do sexo masculinoO quá?: O que? como?
Ô verdade?: Puxa! Ora essa!, indica espando prá besteira.
P
Piché: Paçoca feita de milho socado e açúcar
Pau rodado: Indivíduo de fora que chega á cidade
Potó: Água do melado
Palestrar: Conversar
Prenhe: Grávida
Peiada: Amarrada. "Cuidado com a galinha que ela não foge. Ela não está peiada"

Q
Quebradeira: Espécie de açúcar muito fina
Quebrar torto: Desjejuar
Quebrando: mau-olhado
R
Rebuçar: Tampar, cobrir, endurecer, agasalhar
Reiva: Raiva
Revoltosos: referência a participante da revolta de 1906 que ouve me Cuiabá.
Rodada: Usada para indicar a volta do peixe em direção ao pantanal
S
Sem graceira: chateação, falta de sossego, inquietação - "Larga de sem graceira criança!"
Sutil: bonito, bonita
Soltar bandeira: Nas festas, os forasteiros levam a bandeira com a estampa de santo
T
Tenteando: Assim, assim; mais ou menos; equilibrando - "Olá! como vai?" "Tenteando..."
Torar: Partir, Separar
Tchô!: Puxa!
Teeira: Tear rústico, todo construido em madeira
V
Variado: Nervoso, agitado, louco
Viola de Cocho: viola de 4 cordas, fabricada manualmente. Consiste em uma peça talhada com um cocho - á qual se dá a forma de viola e cuja a tampa, que deve ser de raiz de figueira. é colada á primeira e inteiriça. As cordas originalmente são de tripa de quati. Atualmente, já se usam fios de nylon. Usada para tocar no Cururu, Siriri e na dança de São Gonçalo.
Vixe!: Puxa!, indica espanto
Voltear: passear
Verter água: Urinar
Vote: Credo! Coisa feia.
Z

Zinga: Pau comprido usado para dar impulso à canoa
FONTE: A linguagem dos pescadores de MT, estudo lingüistico - etnográfico, Alzira de Oliveira, Departamento de Letras PUC/RJ - Mestrado - Rio de Janeiro, Dezembro 1980, 236 páginas

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