INTERVENÇAO PSICOPEDAGOGICA


A Intervenção Psicopedagógica veio introduzir uma contribuição mais rica no enfoque pedagógico. O processo de aprendizagem da criança é compreendido como um processo pluricausal, abrangente, implicando componentes de vários eixos de estruturação: afetivos, cognitivos, motores, sociais, econômicos, políticos etc. A causa do processo de aprendizagem, bem como das dificuldades de aprendizagem, deixam de ser localizada somente no aluno e no professor e passa a ser vista como um processo maior com inúmeras variáveis que precisam ser apreendidas com bastante cuidado pelo professor e psicopedagogo. Sendo assim, o objetivo da Psicopedagogia que é “ajudar aquele que não consegue aprender”; e de que forma? – fazendo-o se interessar por esta aprendizagem, adquirindo habilidades: cognitiva, funcionais, afeto e desejo (de aprender). Portanto, esses três princípios básicos são fundamentais e, nada pode ficar falho, tem-se que apoiar com firmeza na causa e trabalhar outros dois simultaneamente.
Quanto aos procedimentos da dinâmica, que não é pré-determinada, ou seja, mudam conforme a situação; as atividades são mediadoras; que a intervenção é voltada à construção é não ao produto. Surge a indagação: como trabalha o psicopedagogo? – utilizando os recursos cognitivos e afetivos; vivências de situações de ensino/aprendizagem; experiências de diálogos e questionamentos; redes de relações, etc.
Em relação à organização do consultório psicopedagógico, há necessidade de se ter um espaço amplo, arejado, com recursos disponíveis; funcionalidade. Importante lembrar a importância do sigilo ­ os psicopedagogos devem seguir certos princípios éticos que estão condensados no Código de Ética; A importância de se guardar o material por pelo menos 05 anos. A cada sessão deve-se anotar aquilo que se julga relevante para a intervenção.
WEISS relata que o uso de espaços extra-sala pode servir como forma de ampliar os contatos com as situações de aprendizagem, restabelecer o desejo de aprender através de atividades significativas, e continua: “o objeto da caixa de trabalho é ser um espaço, um lugar depósito onde a criança, usa para guardar tudo que ela produz” e reforça que a caixa de trabalho é uma constante do enquadramento onde são depositados conteúdos simbólicos do sujeito e, este não pode ser mexido, arrumado sem a presença do cliente (paciente).
Em síntese sabe-se que é com a pratica que se testa tudo aquilo que se aprende em teoria e, quando se fala que a “dinâmica não é pré-determinada”, é porque na medida em que se vai experimentando, vai se adequando ‘a pratica conforme a necessidade de cada caso ou situação.

Referência


WEISS, M. L. L. Psicopedagogia Clínica: uma visão diagnóstica dos problemas de aprendizagem escolar. Rio de Janeiro, DP&A, 2003.


Eleuzair Cunha Neves é Psicopedagoga

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