Até que ponto a hereditariedade influencia a inteligência?

Os psicólogos primitivos estavam mais interessados em fazer testes que pudessem diferenciar entre estudantes debilitados e rápidos, para que pudessem ser encaminhados para um currículo escolar apropriado. Por esta razão, as questões teóricas foram facilmente colocadas de parte. A inteligência passou a ser definida operacionalmente em termos dos testes destinados a quantificar.
Por outras palavras, o que quer que os testes medissem era chamado de inteligência.
Conceitos práticos como estes dominaram a pesquisa psicológica sobre a inteligência até bem recentemente, quando os cientistas comportamentais começaram a reexaminar seus pressupostos.
Uma vez que as investigações de inteligência utilizam freqüentemente testes, é importante compreender como é que os psicólogos têm medido as capacidades mentais.

Pressupostos e Conceitos

As teorias dos autores divergem em relação à inteligência.
Grupos de autores defendiam várias teorias:
Um grupo defendia que Inteligência era:
“Adaptação do indivíduo ao meio e capacidade de resolver novos problemas.”
Outro grupo considerava que inteligência era:
“A capacidade para aprender.”
E um outro grupo defendia que inteligência era:
“Capacidade de pensar e de abstração”
Sendo que nenhum dos grupos deixa de ter razão optou-se por uma definição que englobavam os três pressupostos, sendo a inteligência considerada como:
“Capacidade global do indivíduo que se expressa pela facilidade em aprender, agir eficientemente sobre o meio e pensar abstratamente.”

Conceito tradicional de inteligência

O cientista comportamental britânico Francis Galton provavelmente foi a primeira pessoa a pensar seriamente em testar a inteligência. Galton criou um pequeno laboratório num museu da Londres, com a finalidade de medir as capacidades humanas. Admitindo que as pessoas com desvantagens mentais podiam ter falta de perspicácia sensorial, decidiu que as capacidades intelectuais e percentuais poderiam estar altamente relacionadas. Se assim fosse, uma poderia proporcionar um índice da outra. Por isso, Galton começou a avaliar tais características, como acuidade visual e auditiva, sentido da cor, julgamento visual e tempo de reação. Media as atividades motoras, inclusive o “vigor do puxar e do apertar” e a “força do sopro também”. A partir daqui, outros psicólogos começaram a ficar interessados em procurar criar testes de capacidades intelectuais.

Contribuições de Alfred Binet

O problema da quantificação da inteligência foi resolvido adequadamente, pela primeira vez, pelos psicólogos franceses Binet e Simon. Em 1904, estes psicólogos foram encarregados pelo governo francês para auxiliarem a resolver o problema do baixo rendimento escolar, do grande número de reprovações nas escolas primárias francesas. Binet atribuiu o problema ao fato das classes serem heterogêneas, isto é, em numa classe havia alunos ágeis e pouco ágeis intelectualmente. Assim, selecionava-se as crianças pelo grau de inteligência, para formar classes homogêneas.
Admitiu-se, também, que o simples julgamento dos professores não seria uma medida muita objetiva porque estes eram influenciados pelas suas simpatias, preconceitos, pelos pais das crianças ou outros fatores.
Abandonando o problema da definição da inteligência, Binet perguntou se simplesmente: “O que fazem as pessoas inteligentes que a média não consegue fazer?”
Para responder à questão, Binet e Simon desenvolveram uma grande variedade de tarefas que davam importância a diferentes aspectos como julgamento, compreensão, raciocínio, atenção, memória e outros.
Uma criança de seis anos que conseguisse resolver apenas os testes da idade de quatro anos tinha, portanto, uma idade mental de quatro anos. A criança que resolvesse os testes próprios para a sua idade e também os de idade superior à sua era considerada de inteligência normal.
Este teste foi traduzido para todo o mundo e despertou especial atenção nos Estados Unidos da América, onde foram feitas várias revisões e apareceram outras formas de testes.
A mais famosa é a de Terman. Lewis Terman (1877-1956), um psicólogo americano que trabalhava na Stanford University, produziu uma versão bastante aceita do teste de Binet para os americanos em 1916 e foi quem primeiro se utilizou do conceito de “quoficiente intelectual” (QI), atribuído ao psicólogo alemão Willian Stern, como um indicador de inteligência.
O Q.I. é um índice numérico que descreve o desempenho relativo de um teste. Compara o desempenho de uma pessoa com o desempenho de outras da mesma idade. Os Q.I. Podem ser calculados de diferentes formas. Terman usou o Q.I. Para descrever o relacionamento entre o nível mental e a idade cronológica, tendo rejeitado a medida de Binet, ou seja, a diferença entre os dois.
Na Escala de Inteligência Stanford-Binet, como foi denominada a revisão de Terman, inicialmente o Q.I. era calculado desta maneira: a pessoa que estava a ser testada recebia o crédito de um número preciso de meses para cada resposta correta. Os pontos eram somados e a soma recebia o rótulo de idade mental (IM). Os valores dos pontos dados para cada tarefa eram escolhidos de modo que as pontuações das idades mentais médias das pessoas fossem iguais à sua idade cronológica. Depois, a idade mental era dividida pela idade cronológica (IC) e o resultado multiplicado por 100. Ou Seja,
Q.I. = (MI/IC) x 100.
QI = IM (idade mental) x 100 dividido pelo IC (idade cronológica)
Contribuições de Daniel Golemam
Daniel Golemam, psicólogo PhD de Harvard, é o autor de Inteligência Emocional. Afirma que temos dois tipos de inteligências distintas. A tradicional que pode ser medida através de testes de QI e a inteligência emocional QE. Diz que o sucesso se dá : 20% devido ao QI e 80 % divido ao QE. Inteligência Emocional é:
1) auto conhecimento
2) administração das emoções
3) automotivação
4) empatia
5) arte do relacionamento

Contribuições de Howard Gardner

Howard Gardner psicólogo e investigador da Universidade Norte Americana de Harvard, ao acompanhar o desempenho de pessoas que tinha sido fracos alunos, surpreendeu-se com o sucesso obtido por alguns deles. Passou então a questionar a avaliação escolar, cujos critérios não incluem a análise de capacidades que são importantes na vida das pessoas. Concluiu que as formas convencionais de avaliação apenas traduzem a concepção de inteligência existente na escola, limitada à valorização da competência lógico-matemática e da lingüística.
A Teoria das Inteligências Múltiplas
A Teoria das Inteligências Múltiplas defende que cada indivíduo possui diversos tipos de inteligência, o que chamamos e linguagem comum, competência ou habilidade.
Gardner demonstrou que as faculdades também são produto de processos mentais e não há motivos para diferenciá-las. Assim, segundo “uma visão pluralista da mente” ampliou o conceito de inteligência única para o de um conjunto de capacidades. Para ele “inteligência é a capacidade de resolver problemas ou elaborar produtos valorizados num ambiente cultural ou comunitário”.
Howard Gardner criou a teoria das Inteligências Múltiplas a partir dos anos 80, na qual liderou investigadores da Universidade Norte Americana de Harvard.
Identificou oito tipos de inteligências, mas não considera esse como sendo número definitivo.

O que são as Inteligências Múltiplas?


São formas diferenciadas de apresentação da capacidade para aprender. Diferenciam-se das formas convencionais de aprendizagem e avaliação, as quais apenas traduzem a concepção de inteligência existente na escola, limitada à valorização da competência lógico-matemática e da lingüística.
Segundo Gardner “Envolvemos sempre mais do que uma habilidade na solução de problemas, embora existam predominâncias”. Uma habilidade ajuda a outra. As inteligências integram-se.
Excetuando os casos de lesões, todos nascem com o potencial das várias inteligências. A partir das relações com o ambiente, incluindo os estímulos culturais, desenvolvemos mais algumas e deixamos de aprimorar outras.
Para Gardner “inteligência é a capacidade de resolver problemas ou criar valor num ambiente cultural ou comunitário”.

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