Língua Portuguesa: A sua língua flexiona, aglutina ou isola?



Flexões são, obviamente, afixos usados para conjugar verbos e declinar substantivos. Exemplos do Português são as terminações verbais, o -s adicionado aos substantivos para colocá-los no plural e o -do dos particípios. Línguas como o russo ou o latim têm sistemas complexos de flexões, para não dizer barrocos.
Uma única flexão pode carregar vários significados. Por exemplo, no espanhol comí "comi", a terminação -í indica a 1ª pessoa do singular, pretérito, modo indicativo -- um grande serviço para uma única vogal, mesmo acentuada.
Em línguas que aglutinam, um afixo tem um significado. Compare com o quéchua wasikunapi "nas casas"; o sufixo de plural -kuna é separado do sufixo de caso -pi. Ou mikurani "comi", em que o sufixo do pretérito -ra- é mantido separado da terminação pessoal -ni.
Em línguas que isolam, não há sufixos; os significados são modificados inserindo-se palavras adicionais. Em chinês, por exemplo, wô chi fàn poderia significar "comi" ou "estava comendo", dependendo do contexto; o verbo não se flexiona. Para precisão, usam-se advérbios: wô chi fàn zuótiàn "estava comendo ontem".
(Na prática, línguas naturais misturam um pouco; algumas flexões têm um significado único; o quéchua tem umas poucas flexões, por exemplo, e o chinese tem partículas gramaticais necessárias, como a partícula de aspecto le, usada para mostrar uma ação completada: wô chi fàn le "comi".)
Os criadores de conlangs parecem girar em torno de línguas aglutinantes ou isolantes; mas há algo a ser dito sobre as aglutinantes. Elas tendem a ser compactas, por exemplo, -í é imbativelmente sucinto.

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