A nossa avenida não é mais a mesma
A nossa avenida não é mais a
mesma desde que começou a funcionar as duas universidades no nosso bairro que a
onda de violência aumentou consideravelmente tanto nos números de assaltos como
no trânsito. Os moradores estão mais vulneráveis sujeitos a ser atacado ou até
mesmo ferido fisicamente por bala ou por carros, ônibus, motos.
E o trânsito da Av. São José.
Este é um capítulo a parte.
Todos os dias é uma verdadeira
guerra para sair de casa. São pais apressados, motoristas de táxis e ônibus
estressados, ambulâncias que chegam a todo instante, pedestres desatentos,
carros estacionados em lugar proibido, um verdadeiro horror.
A Av. São José há cinco anos
era menos movimentada. Podia-se atravessar com certa tranquilidade, hoje, no
entanto levam-se quase 10 minutos para conseguir esse feito e tudo indica que
ficará pior nos próximos anos, pois brevemente sairá dois novos grandes
condomínios de alto padrão resultando mais gente e mais carros (pelos menos
1000 a mais) trafegando pelo bairro.
As universidades também têm
suas contribuições pelo aumento de tudo isso, principalmente pela onda de
violência. São pequenos assaltados e furtos que estão tirando o sono.
Em duas semanas houve um
assalto à mão armada a um vizinho na entrada do prédio em plena 10h da manhã de
domingo (16/03/08) - levaram o carro e seus pertences; uma mãe levou um tiro no
pescoço na saída da Escola, um rapaz foi assassinado em uma praça do rua do
Herval; um outro rapaz foi assaltado quando saia da Unifae – levaram a sua
mochila... Isso tudo em nosso bairro.
E os acidentes envolvendo
carros? Caramba, quase todos os dias. O cruzamento da Av. São José com a R.
Poeta Francisco Leite sem sinalização é o terror. Por essas ruas trafegam
centenas ou milhares de carros todos os dias e parece não haver solução para
imediato.
Os anos passaram e o progresso
veio. Carros, prédios, escolas, universidades.
De certa forma não podemos nos
queixar do progresso. Nosso bairro conta com dois hospitais, dezenas de
consultórios, escolas públicas e privadas, duas universidades, sete linhas de
ônibus coletivos, farmácias, supermercados, etc.
O progresso é contínuo; não
pára nem para tomar fôlego, mas o preço que se paga pelo progresso e comodidade
é alto demais. Parece que quanto mais as pessoas civilizam mais se tornam
irascível. Sabemos que o mundo está ficando cada vez mais violento, mais
embrutecido, mas até quando será possível viver num mundo assim? Onde não se
tem paz de espírito, onde não se sabe se vai voltar são e salvo ao fim do dia,
onde não se sabe o que pode lhe acontecer ao cruzar a porta de sua casa.
Quem sabe um dia, (que seja
breve) consigamos restabelecer o equilíbrio em busca de um lugar melhor para se
viver.
E felizes são os índios que
nunca encontraram um sábio homem branco em seu caminho.
Eleuzair Cunha Neves
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