Escala do Desenvolvimento Pessoal e Social
Costa (1995) elaborou a Escala do Desenvolvimento Pessoal e Social. Para ele, essa escala é composta por degraus ou níveis, onde na base se encontra a Identidade. O topo da pirâmide culmina com a Plenitude. Essa hierarquia de sentimento e/ou necessidades está organizada da seguinte forma:
Identidade: Para compreender-se e aceitar-se e compreender e aceitar os demais, o ser humano precisa ser compreendido e aceito.
Autoestima: Só é capaz de amar verdadeiramente o próximo quem antes for capaz de amar a si mesmo.
Autoconceito: É a autoestima projetada no campo da racionalidade, permitindo à pessoa formar uma ideia positiva de si própria.
Autoconfiança: Apoiar-se, em primeiro lugar, nas próprias forças e saber que pode contar com elas.
Visão de futuro: Só poderá ter uma visão positiva do futuro quem for capaz de encará-lo sem medo.
Querer ser: O sonho, a vocação e a vontade de crescer são frutos naturais de uma atitude básica desejante diante da vida.
Projeto de vida: É o sonho com degraus, com metas, prazos e consciência dos esforços e dos recursos a serem investidos na consecução de um objetivo de vida.
Sentido da vida: É aquela linha pontilhada que une o ser ao querer-ser na vida de cada pessoa.
Resiliência: Capacidade de resistir à adversidade e de utilizá-la para crescer que, desenvolvida ou não, cada pessoa traz dentro de si.
Autodeterminação: O ser humano, quando a tem, é capaz de decidir por si mesmo e de traçar seu próprio caminho.
Autorrealização: O ser humano não precisa chegar onde quer para realizar-se. Basta ter a certeza de que está no caminho certo.
Plenitude: São aqueles momentos de culminância na vida de uma pessoa em que o ser e o querer-ser se encontram.
Essa escala demonstra que as necessidades primordiais do homem, depois de satisfeitas as suas necessidades vitais, estão relacionadas ao seu interior, e quando o autor coloca a Identidade na base da pirâmide hierárquica, percebemos que a aceitação é que será o auge do trabalho pedagógico, para que todos os outros degraus possam ser alcançados.
Maturama (1999) cita que "sem aceitação e respeito por si mesmo não se pode aceitar e respeitar o outro, e sem aceitar o outro como legítimo outro na convivência, não há fenômeno social" (p. 31).
Esse fenômeno social ocorre no cotidiano escolar, onde a interação se faz presente. E para lidar com as contradições que naturalmente surgem na convivência em grupo, é preciso ter entendimento da importância da autoaceitação e do autorrespeito.
Em famílias desestruturadas, em que o afeto já não é de uso comum, as crianças tornam-se arredias e carentes, com a autoestima muito baixa. Chegar até elas pode demorar um pouco, mas quando sentem o calor de um sorriso, de um afago, baixam sua guarda e deixam-se levar com muita facilidade. (Costa, 2000, p. 90)
Esse entendimento reforça a nossa percepção de que o professor merece grande atenção. Ele necessita também todos esses cuidados básicos para que possa realizar com seus alunos tudo aquilo que a teoria pedagógica vem colocando como foco da prática pedagógica: resgate da autoestima, autonomia e uma série de providências que são cobradas em prol de um trabalho transformador da realidade, em busca da formação do cidadão.
Isso requer uma postura tal que no ato da ação educativa exista a soma da sensibilidade com a eficiência pedagógica. Nesse contexto o compromisso ético-político do educador é que definirá a excelência pedagógica. Entende-se, portanto, que a busca pela qualidade do ensino é alcançada com o casamento do aspecto cognitivo com a aprendizagem emocional.
Referências:
COSTA, Adalvo da Paixão Antonio. O conteúdo afetivo no currículo escolar. Revista de Educação da FAESA. V.1, nº 1. ago. 2000/ fev. 2001, p. 81-93.
COSTA, Antonio Carlos Gomes. Resiliência. Pedagogia da presença. São Paulo: Modus Faciend, 1995.
MATURAMA, Humberto. Emoções e Linguagem na educação e na política. Belo Horizonte: UFMG, 1999.
Comentários
Postar um comentário
Deu aquela passadinha rápida? Que tal deixar um comentário?